Todos os pais devem concordar comigo que educar não é uma tarefa nada fácil e acho que todos já passaram por essa situação.
Os episódios de birra são muito freqüentes na infância e fazem parte do processo de descontentamento e raiva.
E muitas vezes fica aquela situação de não saber como lidar: puxa pelo braço e tirar imediatamente daquele lugar, fazer sua vontade para terminar logo aquela cena, sair andando e deixá-lo sozinho? Mas acredito que ninguém nunca tenha se colocado no lugar da criança.
Nós adultos também nos descontentamos quando algo sai fora dos nossos planos e ficamos com esse sentimento ruim, porém a sociedade castiga e duramente aprendemos que não teremos tudo o que queremos, e não adianta espernear, gritar ou chorar. Só que a criança não conhece todo esse processo.
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Devemos nos colocar no lugar da criança e tentar entender o que ela está pensando, o que ela está sentindo, e então, tentar traduzir para ela aquele sentimento, pois muitas vezes a criança não está sabendo lidar com aquilo por não saber o que está passando por dentro dela.
Explique que ela está com raiva ou brava e que esse sentimento não é bom. Explique que estar triste é comum e que adultos também ficam tristes. E essa tradução de sentimentos vale para outras situações, todas aquelas situações que em algum momento causaram descontentamento nos pais, situações em que os pais não estavam sabendo ao certo como lidar.
Os filhos se espelham nos pais, eles são o seu alicerce e refúgio, e a maneira com que os pais agem reflete muito nas atitudes da criança, bastar perceber que toda vez que uma criança leva um tombo, a primeira pessoa que ela olha é para um dos pais e de acordo com a expressão gerada por eles, vem a sua reação à situação: choro intenso ou levantar e continuar brincando.
A birra pode até não resolver, pois é difícil para a criança, mas pelo menos, com o tempo, ela vai entender melhor os seus sentimentos.
Costumamos querer resolver as coisas de maneira rápida e muitas vezes pecamos com o diálogo por achar que a criança não está compreendendo o que gostaríamos de dizer.
Obviamente que em certas situações, os pais deverão ser firmes e brigar sim, pois a criança tem a arte de manipulação muito bem estabelecida rs, e atitudes constantes vão caracterizando a “mal-criação”.
Diga não sim, mas também traduza um sentimento hoje.
Dra. Daniela Mendes Martins – Médica Pediatra pela Santa Casa de SP (CRM 169.552), cursando Neonatologia no HC-USP. Consultório: Rua Pio XI, 848 – SP. Tel: (11) 3836-5888
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